A endoscopia digestiva alta tem esse nome porque analisa a parte superior do tubo digestivo, incluindo esôfago, estômago e a porção inicial do duodeno. É um dos exames mais comuns e eficazes para identificar — e às vezes até tratar - doenças do aparelho digestivo.
A endoscopia é capaz de identificar sinais de uma série de doenças muito comuns do trato digestivo, como gastrites, esofagites e refluxo gastroesofágico, além de ajudar no diagnóstico de doenças mais graves, como hérnia de hiato e câncer de estômago.
A endoscopia também pode ser indicada como forma de detectar tumores precocemente, em especial os de esôfago e de estômago. De acordo com fatores de risco (como esôfago de Barrett ou presença de casos de câncer gástrico na família, por exemplo), o oncologista pode indicar a realização do exame com determinada frequência.
O paciente precisa estar em jejum de 8 a 12 horas (inclusive de água) e consumir no dia anterior somente alimentos leves, de rápida digestão, preferencialmente líquidos ou pastosos, como sopas e caldos. Lembre-se de pedir a alguém maior de 18 anos que o acompanhe, pois não é permitido fazer o exame sozinho.
Logo antes do procedimento é fornecida uma solução com medicamento para eliminar gases e bolhas que podem atrapalhar o procedimento. Já na maca, é colocada uma espécie de máscara que mantém a boca do paciente aberta para que o procedimento possa ser realizado.
O exame às vezes desperta algum temor nos pacientes por conta da sedação que é utilizada, mas é importante destacar que ela é administrada na veia e tem efeito pontual, dura somente o tempo do exame (cerca de 15 minutos). Durante todo o período, a oxigenação e a frequência cardíaca são monitoradas.
Após a anestesia, o médico endoscopista introduz o endoscópio, um tubo flexível com uma câmera e iluminação na ponta, pela garganta. O instrumento traz em um monitor imagens em tempo real do aparelho digestivo do paciente. Do início ao fim, o indivíduo recebe monitoramento cardíaco e fica conectado a uma fonte de oxigênio. Enquanto o especialista conduz o endoscópio pelo trato digestivo, ele analisa as condições dos tecidos, tira fotos para análise posterior e pode inclusive remover, com o próprio endoscópio, pólipos ou material para biópsia, caso note algo que mereça investigação.
Por conta da sedação, é normal se sentir “grogue” nas horas imediatamente após o exame. Logo que sai da maca, o paciente é encaminhado para uma sala onde permanece por alguns minutos (de 15 a 30), até que passe o efeito mais intenso da sedação.
Após o exame o paciente pode retornar com seus hábitos alimentares normalmente, mas recomenda-se não ingerir bebidas alcoólicas por pelo menos 12 horas. Também é normal sentir um leve desconforto na garganta após o exame.